Gravação de áudio do avião no qual estava Teori não indica problemas na aeronave
A gravação de áudio do avião no qual estava o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, indica que não houve relatos de problemas na aeronave antes da queda em Paraty, de acordo com peritos da Aeronáutica. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, os registros da cabine da aeronave teriam captado os diálogos do piloto Osmar Rodrigues com outros pilotos que voavam pela região. Segundo os peritos, na conversa, o piloto afirma que vai esperar a chuva diminuir antes do pouso. Análises preliminares apontam que a gravação é interrompida momentos depois. Para os técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), o teor da conversa indica que o piloto pode ter perdido o controle da aeronave, o que resultou no choque com a água. O áudio não explica o que ocorreu, de forma que a investigação também depende de outros fatores para que a causa da queda seja determinada. A recuperação da gravação foi confirmada pela Aeronáutica na noite desta terça-feira (24). O aparelho teria sofrido danos pelo contato com a água do mar, mas não impediu o acesso aos dados. O equipamento gravou os últimos 30 minutos de conversa na cabine do avião. A Justiça Federal decretou sigilo sobre as gravações. O CVR, como é chamado o equipamento, chegou a Brasília na manhã do último sábado (21), e está sob responsabilidade do Laboratório de Análise e Leitura de Dados de Gravadores de Voo (Labdata), do Cenipa. À tarde, a Aeronáutica informara que os próximos passos do Laboratório eram: "secagem do aparelho, verificação da integridade dos dados, processo de degravação dos dados e processo de transcrição". Ainda de acordo com a Aeronáutica, em nota, o CVR tem "duas partes". "A primeira é o gravador em si, que armazena os dados. Essa parte é altamente protegida. A segunda é chamada 'base', que contém cabos e circuitos que fazem a ligação com o armazenamento de dados. É essa segunda 'parte' que está molhada e precisa ser recuperada”. O inquérito aberto pela Polícia Federal fará investigações em Sorocaba (SP), onde fica o hangar principal utilizado pelo avião King Air; Paraty (RJ), onde ocorreu a queda; e no aeroporto do Campo de Marte, em São Paulo, de onde a aeronave partiu e onde foi apreendido equipamento de vídeo com imagens que registram a chegada do ministro do STF no dia do acidente. Entre os policiais está um ex-piloto de avião comercial. O grupo básico, formado por seis investigadores, é lotado na direção geral da PF, em Brasília. Alguns dos membros do núcleo de apuração também trabalharam no inquérito que apurou a queda do jatinho que resultou na morte do então candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB).
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